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quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Suspeita de fraude doou recursos para o PMDB, confirma Renan

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), confirmou ontem que um grupo empresarial do Pará, acusado de fraudar uma licitação da Transpetro - subsidiária de logística da Petrobras - doou recursos para o diretório do PMDB de Alagoas - principal financiador de sua campanha ao Senado, em 2010.

Em nota, Renan afirmou que a empresa venceu um processo licitatório pelo menor preço e o contrato foi auditado pelo TCU (Tribunal de Contas da União) sem irregularidades. “Estamos diante de uma denúncia da legalidade. Não é cabível outra interpretação. Tudo como manda a lei”, afirmou o senador.

Na nota, Renan também afirma que a empresa fez “múltiplas doações eleitorais”, todas declaradas, seguindo a determinação legal.

Reportagem publicada nesta terça pelo jornal O Estado de S. Paulo afirma que o grupo empresarial acusado de fraudes doou R$ 400 mil ao diretório do PMDB de Alagoas, principal financiador da campanha de Renan. O presidente da Transpetro na época, Sérgio Machado, foi indicado por Renan para o cargo.

Machado entrou em licença não remunerada da empresa devido à pressão da PwC (PricewaterhouseCoopers), que condicionou a realização da auditoria nas demonstrações financeiras da Petrobras do terceiro trimestre ao afastamento do executivo.

Machado se licenciou do cargo na semana passada, depois de ser apontado como suspeito de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras, descoberto pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal.


R$ 3 bi em desvios

O presidente do TCU (Tribunal de Contas da União), ministro Augusto Nardes, disse oontem que as apurações de irregularidades na Petrobras são “o maior escândalo da história do TCU”.

Nardes afirmou em entrevista coletiva que os desvios apurados pelo órgão já passam do R$ 3 bilhões em diversos contratos assinados pela companhia petrolífera estatal para a aquisição de empresas, bens ou a construção de novas unidades.

Segundo Nardes, que está deixando a presidência do órgão em dezembro, ele pessoalmente avisou ao governo federal sobre os desvios apurados pelo órgão há alguns anos, mas os alertas do órgão não foram ouvidos.

Segundo Nardes, ele informou os problemas à ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann, que retomou sua cadeira no Senado Federal. Além disso, as conclusões dos relatórios de auditoria também foram mandadas para outros órgãos de controle.

A ex-ministra Gleisi nega que tenha tratado com o presidente do TCU sobre irregularidades na Petrobras: “Conversamos sobre o programa de concessões do governo, conforme foi divulgado à época. Penso que, se o ministro Nardes sabia de algo a respeito da Petrobras, ele deveria, como presidente do TCU, ter tomado as providências cabíveis”, afirmou a senadora. (das agências)

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