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terça-feira, 4 de novembro de 2014

Pressionado, cearense Sergio Machado se licencia da Transpetro

Há 11 anos e quatro meses à frente da Petrobras Transporte S.A. (Transpetro), o ex-senador cearense Sergio Machado tirou licença ontem, por 31 dias, depois de ser citado em depoimento do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa. À Justiça Federal no Paraná, Costa afirmou ter recebido, das mãos de Machado, R$ 500 mil em propina de esquema de licitação para compra de navios.

O afastamento do cearense da presidência da Transpetro, confirmado em nota no início da noite desta segunda-feira, 3, foi condição imposta pela empresa PricewaterhouseCoopers, contratada para auditar balanços comerciais e financeiros dentro da estatal, apresentada ao Comitê de Auditoria do Conselho de Administração da Petrobras.

“Embora o Conselho de Administração tenha adiado qualquer deliberação sobre tal questionamento, decido de forma espontânea requerer licença sem vencimento pelos próximos 31 dias. Tomo a iniciativa de afastar-me temporariamente para que sejam feitos, de forma indiscutível, todos os esclarecimentos necessários”, disse ele, em nota, ao classificar a acusação de Paulo Roberto Costa de “leviana e absurda”.

Machado lembrou ainda que, “além de não responder a nenhum processo no TCU, não sou réu em nenhuma ação penal e não tenho contra mim nenhuma ação de improbidade admitida pela Justiça. Ao longo de mais de 30 anos de vida pública, jamais fui processado em decorrência de meus atos”.

No cargo desde junho de 2003, por indicação do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), Machado diz ter orgulho da atuação na Transpetro. “Nada devo nem temo em relação à minha trajetória”.


Planalto

No início de outubro, a presidente Dilma Rousseff (PT) afastou os rumores do desligamento de Sérgio Machado, ao defender que “não se pode cometer injustiças, mas também não se pode ser resiliente com mal feitos ou atividades que não fiquem claras”. Dilma disse ainda que “ninguém, em sã consciência, pode acabar com o direito de defesa”.

Machado chegou a prestar esclarecimento ao ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, logo depois que seu nome foi citado nos depoimentos de Paulo Roberto Costa. O Planalto ainda não se manifestou sobre a decisão do agora presidente licenciado da Transpetro, Sérgio Machado. (O Povo)

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