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sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Camilo Santana quer ampliação de repasses federais para o Ceará

O governador eleito Camilo Santana (PT) afirmou que é preciso renegociar os valores dos repasses federais para o Ceará. “Do jeito que está, nós vamos ter que reduzir gastos em outros setores para garantir um serviço essencial”, declarou o petista, referindo-se à Saúde. De acordo com ele, “a cada um real que o governo federal repassava (há oito anos), nós gastávamos um. Hoje, a cada um real que o governo repassa, o estado gasta cinco”. Camilo foi o quarto entrevistado da série “Debates Grandes Nomes”.

O governador eleito afirmou que o volume dos repasses cresceu em valores absolutos, mas caíram proporcionalmente. Ele também afirma que há discrepâncias regionais entre as transferências. “O grande volume de recursos do Brasil vão para a região Sul e Sudeste”, afirmou. O petista garantiu que seguirá com a bandeira de Cid Gomes (Pros) em defesa de um novo marco para a partilha dos royalties do petróleo, o que garantiria mais recursos para o Nordeste. “Até porque o Nordeste deu a grande vitória a presidente Dilma”, disse o governador eleito.



CULTURA

Quanto a um dos pontos mais criticados da gestão Cid – e que o governador eleito admite precisar de uma “sacudida” -, Camilo prometeu que o próximo gestor da pasta da Cultura será escolhido por critérios técnicos. “Não haverá intervenção partidária ou política na escolha desse gestor”, afirmou. Ele também prometeu que 1,5% da receita do Estado serão destinados ao setor.

O petista destacou o Comitê de Cultura criado por sua campanha – de acordo com o próprio, ele foi o único candidato a fazê-lo. Este espaço, segundo Camilo, gerou debates sobre o assunto que ele pretende ampliar, prometendo engajar a classe artística na discussão. o petista vê a cultura como um elemento no combate à violência.

Camilo afirmou que deve descentralizar as ações de cultura, não apostando em grandes obras como carro-chefe de sua gestão na área. Entretanto, ele mesmo admite, “eu não sentei ainda com essa área para discutir isso”.



SEGURANÇA

Outra área em que o atual governo tem enfrentado duras críticas, a segurança foi descrita como “complexa” pelo governador eleito. Ele garantiu um tom de continuidade em sua gestão, afirmando que “se nós dissermos que não houve um esforço grande desse governo nessa área, nós estaríamos falando uma mentira”.

Apesar disso, Camilo declarou que trabalhará para que as estatísticas sobre a violência melhorem mais rápido do que na atual gestão. Entretanto, afirmo que “ninguém vai ter aqui um salvador e ninguém aqui vai fazer mágica para resolver a coisa de uma hora para a outra”.

De acordo com entrevistado, o aumento da criminalidade envolve fatores que fogem da esfera estadual. Ele criticou, por exemplo, as leis penais do País. “Têm pessoas que são presas seis vezes e seis vezes são soltas no outro dia”, afirmou. Segundo o petista, é preciso que seja feito um debate para a integração das polícias no nível estadual e federal. Ele afirma que “a questão da segurança pública hoje fica só nas costas do Estado”. Camilo também prometeu reajustes salariais para os profissionais da área, pagando-lhes a média dos Estados do Nordeste. “Há uma distorção salarial muito grande, principalmente na Polícia Militar”, afirma. Porém, o petista avisa que o diálogo com os militares está condicionado a manutenção da hierarquia na Força, considerada fundamental pelo futuro governador para a execução de suas atividades.



SECRETÁRIOS

Sobre a composição da nova equipe de governo, Camilo declarou que ainda não discute nomes. “Eu não tenho compromisso com nenhuma pessoa nem com nenhum cargo desse governo”, afirmou. Ele disse que atuais secretário podem, eventualmente, continuar na gestão.

O petista sugeriu a criação de um conselho com a presença de representantes da sociedade civil, para debater-se as políticas públicas em curso. Camilo também a reativação do “Governo Itinerante”, iniciativa de Cid que acabou abandonada.

Entretanto, ele defendeu o ainda governador no quesito “diálogo”. Camilo afirma que Cid foi o primeiro governador do Ceará a receber um líder do sem-terra ou dos trabalhadores rurais. “Antes, quando os trabalhadores iam até o Palácio (da Abolição), era a polícia que os recebia”, afirmou.



COCÓ

Coube a Camilo defender Cid Gomes quanto a declaração de que a cerca do Parque do Cocó já equivaleria a sua regulamentação. De acordo com o petista, “o próprio governador Cid determinou que o Conpam (Conselho de Políticas e Gestão do Meio Ambiente), que é o órgão responsável, fizesse um estudo sobre a regulamentação do parque”.

Segundo Camilo, há pendências jurídicas, envolvendo indenização de terrenos desapropriados, mas admite que não sabe se esse é o problema que impede que a regulamentação saia do papel. “Eu não posso aqui dizer que eu posso resolver isso aqui esse ano (referindo-se a 2015) porque eu não conheço as pendências”. Ele, entretanto, comprometeu-se a realizar os estudos necessários sobre o assunto.

(O Povo)

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