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terça-feira, 19 de agosto de 2014

Marina lança incertezas onde Campos costurou alianças

A saída repentina do presidenciável Eduardo Campos da disputa eleitoral gerou incerteza sobre as alianças do PSB em Estados onde a atuação do ex-governador foi fundamental para consolidar os arranjos locais.

Lembrado por aliados pelo estilo conciliador e capacidade de articulação, Campos costurou pessoalmente acordos que ficarão enfraquecidos caso Marina Silva, vice da chapa, seja confirmada candidata a presidente do partido.

Os problemas mais conhecidos estão nos estados onde as alianças do PSB tiveram resistência de Marina, como São Paulo, onde o partido apoia a reeleição de Geraldo Alckmin (PSDB), e Rio, onde se aliou ao PT, de Lindbergh Farias.

A ex-ministra já evitava participar de agendas ao lado de candidatos que não endossava. A dúvida agora é se ela se manterá distante caso assuma a cabeça da chapa.

Em Santa Catarina, o deputado federal Paulo Bornhausen, filho do ex-senador Jorge Bornhausen, trocou o PSD pelo PSB em 2013 para acompanhar o projeto nacional de Campos. Recebeu dele o comando da sigla no Estado e o aval para articular uma aliança com o PSDB.

A composição contrariou os militantes da Rede, grupo de Marina, e a própria ex-ministra, que não acompanhou Campos em visita ao Estado em julho. “A minha candidatura ao Senado foi para dar palanque para ele”, diz Paulo Bornhausen.

Em Alagoas, o apoio do PSB à candidatura de Benedito de Lira (PP) ao governo também foi costurado com a promessa de que ele seria o palanque de Campos.

Marina é próxima de Heloísa Helena (Psol), que disputa o Senado por outra chapa e é rival de Lira e de Kátia Born, presidente do PSB alagoano.

No Rio Grande do Sul, a saída de Campos pode acentuar um racha no PMDB local, onde parte do diretório local é ligada ao agronegócio e resistia a Campos por causa de Marina, mas acabou sendo convencida a apoiar Campos. Agora, podem aderir a Dilma Rousseff (PT).
 (O Povo)

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