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sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Desempenho de Camilo na Capital deve ser avaliado, dizem aliados de RC

A derrota de Camilo Santana (PT) para Eunício Oliveira (PMDB) entre o eleitorado de Fortaleza na disputa pelo governo é coisa a ser avaliada com atenção, dizem aliados ao prefeito Roberto Cláudio (Pros) e ao governador Cid Gomes (Pros), cabos eleitorais do petista. Animado por seu desempenho na capital, Eunício afirmou ontem que o PMDB terá candidato a prefeito em 2016 e prometeu oposição ao futuro governador.

O adversário de Camilo o venceu em Fortaleza no primeiro turno e aumentou a vantagem no segundo. Eunício recebeu 540.221 votos contra 434.393 do petista na primeira etapa da eleição. No último domingo, Camilo teve 526.239 e Eunício 702.380.

“É necessário fazermos uma análise detalhada sobre o significado desse resultado. A gente tem que avaliar a comunicação. Fortaleza não é para principiantes”, disse o líder do prefeito na Câmara, Evaldo Lima (PCdoB).

Para Evaldo, o não envolvimento de Dilma Rousseff na campanha de Camilo, em respeito a Eunício, também aliado ao governo federal, pode ser uma explicação. “Não sei até que ponto a estratégia geral foi correta”.

Para José Sarto (Pros), líder do governo Cid na Assembleia, o desempenho em Fortaleza de Camilo não está diretamente relacionado à gestão Roberto Cláudio e sim a fatores ligados à administração estadual que se fazem sentir com mais força na Capital, como a insegurança. “A candidatura adversária soube explorar isso muito bem”.

Lembrando a eleição de Maria Luiza Fontenele, em 1985, ele afirma que “Fortaleza sempre foi uma cidade atípica”. Sarto diz acreditar ainda que o crescimento de Aécio Neves (PSDB) pode ter ajudado Eunício.

Seja como for, Sarto observa que Cid e aliados devem estar atentos à mensagem do eleitorado fortalezense, que daqui a dois anos votará para prefeito. “Com humildade e franqueza, isso deve ser examinado, para que possamos corrigir a tempo e melhorar a interlocução com a Capital”.



PMDB na oposição

Eunício declarou ao jornal Folha de S.Paulo que “o PMDB é a partir de agora oposição no Ceará” e prometeu punir correligionários que forem para base de Camilo. “Faremos oposição propositiva, e não raivosa. Oposição assina CPI, faz o que precisa ser feito. Aquele parlamentar que for cooptado e quiser fazer parte do governo, vamos brigar para que perca o mandato na Justiça”.

Eunício disse também que o PMDB vai lançar candidato em Fortaleza e na maioria dos municípios cearenses. “Vou coordenar isso particularmente em 2016. Saímos extremamente fortalecidos das urnas. Tivemos 57% dos votos na Capital”. (com agências)

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Para Heitor Férrer (PDT), deputado opositor a Cid Gomes e provável candidato a prefeito em 2016, a gestão de Roberto Cláudio não influiu na derrota de Camilo Santana para Eunício Oliveira em Fortaleza.

Segundo o deputado, o eleitorado fortalezense levou mais em conta o fato de Camilo ser o candidato apoiado por Cid. “O eleitor estava votando contra o modo de governar do Cid. Ele votou contra o Camilo por atrelá-lo ao governador”.

Chamando o placar da eleição estadual em Fortaleza de “termômetro para 2016”, Heitor afirma que, mesmo assim, Roberto Cláudio saiu fragilizado. “Para mostrar força e consolidar sua administração, ele teria que ter derrotado o opositor na cidade dele”.

(O Povo)

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